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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

18 Princípios de uma Vida Espiritual

Por: Sri Sri Ravi Shankar


Auto-Confiança
O primeiro princípio de um caminho espiritual é ter confiança em si mesmo. Sem confiança, a realização não vem. Dúvida é o que opõe a confiança. Uma vez que você elimina o negativo, você verá que o positivo já ocorreu. Quando a dúvida é afastada, a confiança está lá. Então, para ganhar confiança, você deve entender o que é a dúvida. Se você observar a natureza da dúvida, ela é sempre sobre algo positivo. Você nunca duvida do negativo. Você sabe disso por sua própria experiência. Você duvida da honestidade de alguém, mas você nunca duvida da desonestidade. Você duvida da bondade de outras pessoas, mas você nunca duvida dos defeitos delas. Se alguém diz, “Eu te amo muito”, você diz, “Será?”. Mas se alguém diz, “Eu te odeio” você nunca diz “Odeia mesmo?”. Entenda a sua dúvida como você questiona o positivo e confia no negativo, e saiba que se você está tendo dúvidas, deve haver algo de bom presente. Enfrentada desta forma, a dúvida lhe dá meios de seguir em frente. Não estou dizendo para você deixar de ter dúvidas. Duvide o quanto puder! Dê a ela o seu 100%. Isso vai ajudar você a superá-la. Uma vez cruzada a barreira da dúvida, outros progressos virão.

Pare de culpar os outros e a si mesmo
O próximo princípio é parar de culpar os outros e a você mesmo. A jornada espiritual é uma jornada a você mesmo, e quando você está ocupado em culpar a si mesmo, você não vai querer se aproximar de si mesmo. Você não será atraído a si mesmo. Sem este movimento em direção a si mesmo, em direção ao espírito, você tem uma jornada em direção à dificuldade. A alegria que você recebe da dificuldade é cansativa. A alegria que você recebe do espírito é elevadora. Você encontrará defeitos dentro de você, mas não precisa se culpar por eles. Quando você culpa a si mesmo, você é compelido a culpar os outros, porque a culpa própria não se sustenta por muito tempo. Você encontrará um motivo para livrar-se dela ao dependurá-la em outra pessoa. Isso causa o surgimento do ódio. E toda vez que você culpa outra pessoa, você está novamente se preparando para se culpar. Existe muita culpa sendo distribuída hoje, isso está atrapalhando a consciência de todo o mundo.


Elogie os outros e a si mesmo
O terceiro princípio é elogiar você e os outros. Elogiar os outros é um passo além de não culpar os outros. Elogiar acende o espírito e a presença do espírito é exaltante para você, para o outro, e para todo o ambiente. Ao elogiar você mesmo ou outro, é criado um espaço dentro de você, que é preenchido com alegria. Se você pode elogiar a si mesmo, você não precisa do elogio dos outros. Muitas vezes pensamos que elogiar a nós mesmos é ego, mas, na verdade, o ego não pode elogiar a si mesmo. Ao contrário, ele anseia pelo elogio dos outros. E entenda que todo elogio vai para o Divino de qualquer maneira. Se você diz que tem olhos lindos, quem os fez? Todo elogio vai para o Divino, o Criador. O ato de oferecer elogios expande a consciência. Algo dentro de você se abre. Culpar encolhe a consciência. Uma vez que a dimensão espiritual é uma expansão da consciência, da mente, nós não queremos agir contra isso culpando os outros. Ofereça um elogio sincero a alguém e veja como você se sente.


Sinceridade
Sinceridade é o quarto princípio. Em todas as coisas, seja sincero. Não engane a si mesmo e não tente enganar os outros. Você não está no caminho espiritual para a o bem dos outros. A busca espiritual sem sinceridade é vazia. Não traz nenhum benefício. Com sinceridade vem a paz, felicidade e alegria que você não poderia encontrar de qualquer outra maneira neste mundo.


Responsabilidade
O quinto princípio do caminho spiritual é responsabilidade. O caminho espiritual é não fugir da responsabilidade, mas assumir responsabilidade. Quanto mais responsabilidade você assumir para a sua vida, mais você está no caminho. Se você acha que é difícil administrar o que foi dado para você fazer, mais será dado! As pessoas pensam erroneamente que ser espiritual é uma fuga do trabalho árduo. Não. O caminho espiritual é marcado por atividade dinâmica e eficaz.


Abra mão do passado
O sexto princípio de uma vida espiritual é a capacidade de abrir mão do passado. Veja todo o passado como um sonho. Então venha ao momento presente. Você verá que não é necessário fazer um esforço para estar no presente. No momento em que você abre mão do passado, sua mente vem ao presente por conta própria. No momento presente, o espírito é aceso – mesmo uma faísca é transformada em brilho. Quando você se agarra ao passado, a faísca é coberta por cinzas. Esteja no presente e assopre as cinzas do passado.


Aceitação
Você precisa saber como criar um ambiente harmonioso ao seu redor. Você pode pensar que o seu ambiente cria você, mas, na verdade, você cria o seu ambiente. Veja o que é, é. A aceitação tem dois aspectos. O primeiro é a aceitação que o momento presente é inevitável. Ele aconteceu como aconteceu. Se você quer que seja diferente, ele só pode se tornar diferente no momento seguinte. Só quando você aceita o que é e fica calmo, você pode realmente mudar alguma coisa.
O segundo aspecto é aceitar as pessoas como elas são. Qualquer comportamento que elas exibam, perceba que este é o melhor que ela pode oferecer naquele momento. Seja analítico. Procure possíveis explicações para as ações delas. E, simultaneamente, assuma responsabilidade por suas próprias ações. Dessa maneira, a aceitação torna-se dinâmica e seu ambiente torna-se harmonioso.


Confirmação de sua própria morte
O oitavo princípio de uma vida espiritual é a confirmação da morte, o entendimento que você morrerá um dia. Porque existe algo no fundo de nosso interior que não morre, nós não podemos compreender completamente o fato de nossa própria morte. A confirmação da morte pode trazê-lo ao presente momento. Pode tirá-lo de todas as pequenas tentações que o afastam do presente. Uma vez que você sabe que irá morrer, então o futuro não o assombrará.


Impermanência da Vida
O nono princípio é a impermanência de tudo o que existe agora – a impermanência das situações, circunstâncias, emoções e pessoas ao seu redor. Saber que tudo isso é impermanente eleva o nível do espírito. Você pode agir com mais energia, entusiasmo e vigor. Pensamos que se reconhecermos que tudo é impermanente, isso derruba o nosso entusiasmo e nos leva a um estado de apatia. Não. O entendimento correto de impermanência acende o espírito. Quando o espírito é aceso, você se sente elevado. Entusiasmo e dinamismo estão presentes.


Confiança
Confie na Inteligência suprema e infinita que formou toda essa criação, da disposição cósmica à interação dos genes, átomos e moléculas. Dependendo da combinação dos elétrons, alguma coisa torna-se uma flor e outra coisa torna-se uma pedra, alguma coisa é ouro e outra coisa é carvão. Veja, existe um substrato básico, uma inteligência fundamental, uma unidade, em toda essa criação. E veja que isso é vigoroso. Nós não vemos o universo como uma coisa viva. Nós só vemos matéria em toda a parte, em nossos olhos só objetos aparecem. Nós sabemos que existe um campo magnético na criação, mas nós muitas vezes o vemos como um campo morto. Pura consciência é a base da mente, que você é uma parte e que todos são uma parte, é este campo e está vivo. Ter compreensão, aceitação e confiança na Inteligência que cria e sustenta todas as coisas é o décimo princípio de uma vida espiritual.


Unidade na Criação
Quando a mente humana está estressada e tensa, ela julga, discrimina, ama isso, não ama aquilo, constrói fronteiras. E agindo assim, ela se remove da existência. Essa remoção da existência, do fluxo da existência, é chamada separação, mas é só aparente. Separação da existência não é possível. Se uma porção do círculo é removida, não existe mais um círculo. Veja que você é parte da existência, um fragmento da expressão da Inteligência suprema, a força unificadora que baseia toda a criação, tudo isso. Este é o décimo primeiro princípio.
Quando você compreende a unidade na criação, você não tem que fazer um esforço para amar os outros. Amor é a sua natureza. Amor é o que existe. Nada além do amor existe. Veja que o amor não é um ação que você faz, não é uma obrigação moral que você tem que cumprir. Veja que você existe no amor e tudo além existe no amor.
E saiba que a paz também é sua natureza. Em qualquer momento, em qualquer lugar, você pode apenas sentar-se e entregar-se, sabendo que em seu interior existe um espaço puro e limpo, vasto e profundo. Este espaço interior é o que você é. Quando você sente isso, você está em contato com a sua dimensão espiritual.
“Eu vim da paz, estou em paz, e voltarei à paz. Paz é minha origem e meu objetivo. Eu sou a paz, eu sou o espaço, eu sou o amor”. Esta afirmação ou experiência interna torna-o um buscador. Saber que a sua natureza é paz e amor é o décimo segundo princípio.


Equilíbrio
O décimo terceiro princípio de uma vida espiritual é encontrar um equilíbrio entre a atividade e o descanso – entre aproveitar o seu mundo e voltar para si mesmo, encontrar um equilíbrio entre o silêncio e a fala. Se você se mantiver silente por toda a vida, sem nunca articular uma palavra, você não está necessariamente vivendo uma vida espiritual. Você ganhou a fala. Você ganhou talentos e habilidades. Faça o uso correto dessas coisas que você ganhou e equilibre-as com meditação, o aspecto de auto-referência da sua consciência.


Auto-inquirição
Auto-inquirição é o próximo princípio de uma vida espiritual. Comece com a percepção de sentir o seu próprio corpo – sua própria pele, a sensação de sua pele sob suas roupas, e sob a pele seus músculos, nervos e ossos. Não seja insensível à vida, como um animal que só come, bebe e dorme. Observe cada sensação. Tenha a percepção mais aguçada. Ao conhecer o seu próprio corpo, você chegará a conhecer o espírito – aquilo que é diferente do corpo.


Desapaixonamento e Maturidade
A percepção aguçada vem com a maturidade, ou pode-se dizer, com o desapaixonamento. Maturidade e desapaixonamento vêm juntos. Você não pode ser maduro e não ser desapaixonado. Desapaixonamento é muitas vezes entendido erroneamente como um estado mental raso e estúpido, ou um humor negativo. Tem uma conotação de ser indiferente e desinteressado. Isso não é verdade. No desapaixonamento, você está consciente, você está íntimo com você mesmo. Na maturidade não há perturbação de espírito. Na maturidade há nobreza, há liberdade, há compreensão, há mistério. Este é o décimo quinto princípio de uma vida espiritual, ser desapaixonado e viver de forma madura.


Apreciação da Beleza
O décimo sexto princípio de uma vida espiritual é reconhecer a beleza na criação, a beleza em cada pessoa, a beleza dentro de você, e conhecer esta beleza na natureza do espírito. A mente corre atrás da beleza, aprecia a beleza, mas existe uma diferença entre apreciar a beleza e querer possuí-la. Ao querer possuir a beleza, perdemos a nossa imparcialidade.
Saiba que o espírito é o belo. Onde quer que você perceba a beleza, o espírito está lá. Se alguém é belo, é por causa do espírito delas. Um corpo morto nunca é bonito. Atribuir beleza ao espírito e diferenciá-la da matéria leva você a trilhar um grande trajeto do caminho na trajetória espiritual.


Adoração e Honra
A apreciação das coisas belas traz a adoração. Você adora a beleza, você venera a beleza. Venerar e adorar tudo na criação como um reflexo do Criador é o próximo princípio de uma vida espiritual.
E honre tudo. Honrar é mais do que uma resposta emocional. É uma atitude. Indica uma compreensão equilibrada da vida. Quando respeito e amor estão presentes, vem a honra. Quando existe a honra, a mente está 100% presente e surge um sentido de sagrado. Amor e respeito trazem honra e honra traz esse sentido de sagrado. Você não pode mais sentir alguma coisa e não sentir a sua sacralidade. A sacralidade traz precaução na consciência. A percepção surge.


A Vida é Inextinguível 
O princípio final de uma vida espiritual é saber que a vida é inextinguível. Isso é totalmente contraditório ao princípio de saber que a vida não é permanente, que tudo é extinguível. Agora dizemos que a vida é inextinguível, nada pode acontecer a ela. A verdade é sempre contraditória.

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