Existe uma trindade disfuncional que se manifesta na maioria dos relacionamentos humanos e todos nós carregamos estes arquétipos e os expressamos em nossa vida em determinados momentos e situações. São padrões que pertencem a velha energia e precisam ser processados e transcendidos para que uma nova humanidade possa nascer.
O ciclo de vítima, agressor e salvador é um modelo psicológico para explicar, padrões co-dependentes, destrutivos de inter-ação específicos, que impactam negativamente as nossas vidas. É muito comum que todos nós já vivenciamos cada um desses papéis. Agora, vamos conhecer um pouco mais sobre cada um deles e observar em nós estes padrões e se eles continuam sabotando nossa vida e nos mantendo presos em um movimento destrutivo.
A Vítima: Vítimas honestamente acreditam que não têm poder e que nada de positivo vai acontecer para elas. Seu foco está no passado e na negatividade. Elas passam horas intermináveis falando sobre os seus problemas, a sua má sorte e como elas foram feridas. São deprimidas e mergulham na auto-piedade. Seu sofrimento é a sua identidade. As coisas nunca estão certas e nunca há o suficiente. Elas se sentem desamparadas, sem esperança, reagindo ao invés de responder de uma forma saudável para o mundo. Elas sempre precisam de algo mais antes que estejam dispostas a assumir a responsabilidade por sua vida, de tomar qualquer ação, para mudar ou para curar - mais amor, mais atenção, mais tempo ou mais informações. Tendem a viver em constante medo de cometer um erro ou parecer tolo. Sempre têm uma desculpa para a inação. A apatia, depressão e raiva são sintomas típicos. Mesmo quando algo de bom começa a acontecer, elas vão te dizer "Eu sei que não vai durar" e, como se previa, logo termina em fracasso. Depois de passar um tempo com a vítima você se sente desgastado, esgotado e deprimido com sua negatividade. Você pode sentir como se a sua energia foi drenada de você. Independentemente de quanta informação, energia, tempo ou apoio que você proporcionar às vítimas, elas raramente mudam. É importante lembrar que as pessoas só mudam quando elas estão prontas para assumir total responsabilidade por todos os seus pensamentos, palavras, ações e criações - até então, há pouco impulso positivo!
O Salvador: Os Salvadores acreditam que eles têm todas as respostas e sabem as soluções certas para os outros. Apesar de suas próprias vidas estarem muitas vezes em frangalhos, eles passam horas, dias, semanas ou mesmo anos tentando mudar, controlar e obter o amor dos outros. Os Salvadores freqüentemente usam um falso manto de poder e superioridade, sempre parecendo estar confiantes e no controle. Eles gostam de cuidar e direcionar a vida de outras pessoas. Através do controle e mudando os outros, os salvadores tentam ganhar um sentido de identidade, bem como obter amor, atenção e respeito. Eles fingem saber mais do que as outras pessoas e muitas vezes tem uma resposta para tudo, mesmo que eles tenham pouco, ou nenhum conhecimento real ou experiência sobre o assunto. Um salvador, na superfície, parece o "bom rapaz / mulher" e é muitas vezes representado em filmes como o "herói" usando um chapéu e montando um cavalo branco. Os salvadores são personificados e glorificados como cavaleiros brancos salvando outros do sofrimento e do mal. Sem alguém, alguma coisa ou uma causa para o Resgate, essas pessoas estão perdidas e sem emprego! Elas não percebem que são elas mesmas que precisam salvar-se!
O Agressor: Agressores culpam os outros por seus transtornos. Aqui vítimas e salvadores, tornam-se perseguidores, extravasando sua frustração, raiva e ressentimento nos outros, culpando os outros por seus sentimentos negativos. Ao invés de assumir a responsabilidade pessoal e se afastarem da pessoa a quem acusam de irritá-los, eles ficam presos a padrões destrutivos, antagonizando e atacando a "fonte de sua frustração." A vítima está irritada com o salvador, alegando que eles forçam muito, demandam muito, trazem dor, o pressionam para a mudar, etc." O Salvador está irritado com a vítima por não o valorizar, não entender ou não mudar rápido o suficiente, fazendo comentários como "se você tivesse tomado o meu conselho, se você pudesse ouvir, mudar e fazer o que eu digo ... etc." Perseguidores punem os outros por meio de ações destrutivas, como dominar, controlar, irritar, menosprezar, humilhar e culpar. O agressor precisa parar, se concentrar em cuidar de si mesmo e começar a por sua própria vida em ordem!
Quebrando o Ciclo: Simplesmente tornar-se consciente e entender esses padrões são bons primeiros passos. Uma vez que estamos conscientes dos nossos padrões, podemos escolher ajudar-nos a mudar, de se libertar e sair do triângulo. Compreender que a maioria das "vítimas profissionais" realmente não quer ajuda, nem querem mudar, faz com que seja muito mais fácil evitar ser pego em seus jogos. Eles podem querer sua atenção, tempo, amor, apoio, dinheiro, energia e carinho, porém somente algumas vítimas "profissionais" estão realmente dispostas ou comprometida a fazer o esforço e tomar as ações necessárias para realmente mudar as suas circunstâncias. Elas são mestres em jogo! É aí que o termo "vítima profissional" vem. Estranhamente, quando você chega para ajudar a "vítima", dizendo-lhes que eles são lindos, inteligentes ou plenamente capazes de serem felizes e alcançarem amor e sucesso, a vítima, muitas vezes, discute com você, dizendo-lhe todas as razões pelas quais eles são não, não podem - e por que suas sugestões não irão funcionar. Seu foco constante é sobre o seu passado, os seus problemas, medos e fracassos.
Os Salvadores, as pessoas que inicialmente parecem ser tão carinhosas e abnegadas, são muitas vezes disfuncionais. Isto é especialmente verdadeiro se elas estão fazendo o papel de salvador em uma tentativa de se sentir bem sobre si mesmo, para ganhar a atenção, amor, se sentirem mais poderosas ou controlar os outros. Estranhamente salvadores raramente são felizes em sua vida pessoal e seus relacionamentos são geralmente um caos. Eles nunca parecem ser capazes de usar todo o seu "suposto conhecimento" para curar as suas próprias vidas.
As Vítimas e Salvadores atraem-se para jogar o seu próprio jogo. Eles precisam um do outro. Depois de sua alegre lua de mel inicial, um tempo durante o qual cada um é capaz de "Estrear" em seu papel favorito, eles logo se cansam deste jogo muito exigente e desgastante. Quando qualquer pessoa, ou ambos, ficam entediados com o jogo e querem mudar ou parar, ou até mesmo curar-se, freqüentemente acabam Perseguindo o outro ao invés de procurar maneiras saudáveis de interagir. Qualquer alteração pode desencadear um conflito porque o "Jogo" e as "Regras" foram alteradas. Tanto a vítima e o salvador têm interesse em manter este "Jogo disfuncional". Se eles o terminam e curam, o que eles teriam que jogar? Assumir a responsabilidade pessoal e identificar as próprias intimidades, desejos e necessidades não é o ponto forte de qualquer uma das posições no triângulo.
A sociedade nos programou com o sonho de ser salvo. Livros e filmes estão cheios de histórias de vítima-salvador, como Cinderela, O cavaleiro branco no cavalo branco, Superman e Rambo. Algumas pessoas passam a vida inteira esperando por alguém ou algo externo, como o relacionamento correto, casamento ou até mesmo ter um filho, acreditando que isso irá magicamente corrigir tudo, salvando-os e fornecendo a solução perfeita para todos os seus problemas.
Saindo do Triângulo: O primeiro passo é perguntar: "Qual é a minha motivação para agir da maneira que ajo? Estou consciente agindo por escolha e doando livremente, ou estão minhas ações projetadas para mudar, controlar ou receber amor dos outros? Eu dou e faço as coisas livremente, com amor, ou eu tenho expectativas? No momento em que espera das pessoas coisas em troca, estamos sendo disfuncionais.
A chave para sair do triângulo é mudar da referência externa (o padrão doentio e perigoso de olhar para fora de nós mesmos para obter respostas, soluções, o amor, a nossa identidade e felicidade) para a referência interna. Para alcançar este objetivo, uma pessoa deve parar de olhar para fora e estar disposta a tornar-se quieta, acalmar sua mente e ir lá no fundo para entrar em contato com a sua própria fé, para receber suas respostas e soluções. Relacionamentos saudáveis incluem honra, respeito, partilha e comunicação. Para alcançar este objetivo, uma pessoa deve estar disposta a ficar energeticamente presente, dizer a verdade da melhor forma possível, ser independente, e assumir a responsabilidade absoluta e total para cada aspecto de sua vida, incluindo seu tempo, felicidade e sucesso.
A vítima deve parar de olhar para alguém ou algo fora para corrigi-los, dar-lhes as respostas ou dar-lhes o amor e apoio que precisam. O Salvador deve parar de tentar mudar, controlar ou receber amor dos outros. Ambos devem aprender a amar, honrar, respeitar e se sustentar. Perseguição, culpar os outros, só cria mais negatividade e nunca realiza nada de positivo. Cada uma destas posições quando não curadas conduz a desafios ainda mais graves.
Para se libertar, melhore a sua atitude em relação à mudança, controle, risco e responsabilidade. Faça as pazes com a mudança, veja a vida como uma grande aventura, em vez de uma sentença de prisão a ser suportada. Permaneça aberto, espontâneo e curioso, como uma criança brincalhona. Permita-se ser imperfeito e se sentir fora de controle para que você sinta, corra riscos, experimente coisas novas e vá para novos lugares. Quebre velhos padrões e permita a oportunidade para uma profunda transformação. Eventualmente, a maioria das pessoas percebem que nunca podem mudar ou controlar ninguém, exceto a si mesmos. A tentativa de manipular, alterar,controlar ou forçar os outros a amá-lo é uma loucura! Nunca funciona!
Uma fórmula simples e fácil para aprender a se conectar com você mesmo, é parar, fazer algumas respirações profundas lentas, desconecte-se de qualquer trauma / drama, relaxe e, em seguida, pergunte a si mesmo - (1) O que eu estou sentindo agora? (2) Pergunte a si mesmo, onde no meu corpo que eu estou sentindo isso? Tome um momento para realmente sentir todos os seus sentimentos sem julgamento. (3) Neste momento, o que é a coisa mais importante que eu posso fazer para cuidar de mim? O que é que eu realmente quero, necessidade ou desejo? (4) Que mudança positiva eu posso fazer na minha vida, agora, que iria me ajudar a conseguir isso? (5) Que ações positivas que posso tomar, agora, que seriam melhores para apoiar o meu processo de cura - e permitam-me a assumir a responsabilidade total da minha vida? (6) Que ações positivas que posso tomar para continuar a apoiar-me conforme me arrisco, aprendo, mudo e cresço? (7) O que posso fazer, agora, para mim mesmo que seria positivo, amoroso, gentil? (8) Que metas, sonhos e objetivos que gostaria de alcançar e em que prazo? (9) Quais são as coisas positivas na minha vida que eu sou grato? Faça uma lista todos os dias! (10) Peça, decida e escolha - Quais são as ações mais importantes que pode tomar, agora, para começar a mover minha vida em uma direção positiva? (11) Tome uma atitude positiva e comece a se mover agora. Mantenha seu foco onde você gostaria de ir e quem você gostaria de se tornar - e não onde você esteve!
Um dos passos positivos finais é sair da crença de que estamos em "Efeito" (o mundo faz as coisas para nós e, portanto, não temos escolha ou responsabilidade) para o conceito de "Causa" (nossos pensamentos e ações criam a nossa realidade, portanto somos responsáveis por tudo o que experimentamos na vida). Essa mudança de percepção é tão profunda que pode literalmente mover uma pessoa completamente fora do triângulo! Para alcançar Autodomínio, simplesmente pare o que estiver pensando e fazendo, mude seu foco para assumir a responsabilidade total para a criação de tudo o que você está enfrentando em sua vida e comece a perguntar: "Por que estou criando isso? Como eu estou criando isto? O que posso fazer para mudar isso? E, finalmente, perguntar, como posso agir positivamente para criar algo mais harmonioso, mais saudável?"
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